sábado, 9 de março de 2013

Entrevista com Paula Pfeifer autora do blog e livro "Crônicas da Surdez"



Matéria de Larissa Roso


larissa.roso@zerohora.com.br



Paula Pfeifer reencontra a infância em sons: o interfone, a chuva, o vento, a cantoria dos pássaros, os mosquitos rondando os ouvidos no verão. Esses elementos continuam preenchendo os cenários à volta, mas a nostalgia surge do tipo de contato que hoje estabelece com eles não fossem os aparelhos auditivos, por mais perto que estivesse da fonte do som, Paula, 31 anos, permaneceria absorta no silêncio.
Técnica do Tesouro do Estado do Rio Grande do Sul, Paula criou os blogs Sweetest Person (sweetestpersonblog.com, com até 350 mil visualizações mensais), onde compartilha com sucesso dicas de moda, beleza e literatura, e Crônicas da Surdez (cronicasdasurdez.com, que alcança entre 25 mil e 30 mil acessos por mês). Aos 16 anos, recebeu o diagnóstico de "deficiência auditiva bilateral progressiva, neurossensorial, de caráter moderadamente severo e irreversível", que vem se intensificando e resultará em perda total da capacidade de ouvir. O nome comprido dava sentido, enfim, aos inumeráveis episódios de inadequação e constrangimento acumulados desde cedo.

"Desconfiar, sempre desconfiei. E neguei também, até chegar naquele ponto em que se torna impossível continuar vivendo como se o elefante branco não estivesse sentado bem no meio da sala", escreve ela em Crônicas da Surdez, livro com lançamento e sessão de autógrafos no próximo dia 20, na Livraria Cultura, em Porto Alegre.

A cientista social formada pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) refaz o percurso completo, da estranheza diante das manifestações iniciais da "deficiência invisível" até a aceitação do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (Aasi), evitado ou escondido sob os cabelos por muito tempo. Surda oralizada, capaz de falar e fazer leitura labial (sem recorrer à linguagem de sinais), a autora recorda brincadeiras, aulas e rotinas em família comprometidas pelo problema, mas sem deslizar para a autopiedade. Ao imprimir bom humor e lucidez ao relato, compõe um conjunto tocante de lembranças.

— Rir de si mesmo é extremamente necessário. Só assim conseguimos transformar o peso da vida em leveza — ensina, em entrevista realizada depois da sessão de fotos para a capa de Donna. — Consegui transformar a autoestima, algo que antes era um ponto fraco, no meu ponto mais forte, e me orgulho disso. Foi assim que pude começar a ajudar outras pessoas que passam pelas mesmas coisas que já passei, e isso é absurdamente gratificante.

Continue lendo a excelente matéria em:

http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/donna/noticia/2013/03/blogueira-paula-pfeifer-relata-com-lucidez-e-bom-humor-sua-deficiencia-auditiva-4068161.html?utm_medium=twitter&utm_source=twitterfeed

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