sábado, 21 de março de 2009

Palavras da Patty, nossa fonoaudióloga

Ilustração:http://www.guia.heu.nom.br/images/Orgaos_dos_sentidos.jpg


Descrevo uma reflexão minha, gostaria de dividir com vocês...


A impossibilidade ou a dificuldade de ouvir, promove uma capacidade mais aprimorada de ver?

Estive pensando sobre a questão de como o fato de somar dois encargos a visão, poderia promover um aprimoramento desta habilidade, dias atrás, observei um surdo fazendo LOF (leitura orofacial) com o "rabo de olho" ou seja, olhando a TV e depois me relatando o assunto que nós ouvintes tinhamos tratado.
O ouvir deficitário seria um facilitador de ver o mundo com outros olhos, olhos mais detalhistas...resolvi pesquisar sabendo que fisiologicamente os estímulos sonoros, visuais e proprioceptivos após serem captados, são enviados ao tronco cerebral e então chegam as áreas corticais responsáveis a saber:
41 - 42 e 22 no lobo temporal -> decodificação da mensagem auditiva
17 - 18 e 19 no lobo occipital -> decodificação da mensagem visual
Como unidade fisiológica há uma integração de tais áreas a outros centros importantes responsáveis pela atenção, afetividade e concentração. A visão sendo muito mais "usada", sem dúvidas, provoca uma aferência (chegada) diferente, digamos que melhor elaborada, estando as vias mais ativas para transportar tais estímulos.
Como seria a soma desta capacidade tão delicadamente elaborada da capacidade visual, com os facilitadores auditivos que temos hoje no mercado AASI e/ou IC?
Penso que a soma disso pode gerar uma chegada ainda mais especial dos estímulos ao córtex. Tendo visto que o surdo ( portador de surdez de grau profundo ) que vi demonstrando tão encantadora capacidade visual não faz uso de nenhum tipo de dispositivo auditivo, fiquei imaginando como seria seu desempenho se fizesse uso!!!
Claro que sua atenção estava voltada para o assunto tratado e não para a TV, facilitando assim a captação da mesagem mesmo sem olhar com olhos "inteiros".
Acreditando que o uso desencadeia o aperfeiçoamento de qualquer função, o surdo estimulado auditivamente, somando-se a sensibilidade visual que apresenta, poderia sim ter encargos diferentes da chegada dos estímulos.
Sendo assim, vamos estimular sempre para que se tenha capacidades cada vez mais elaboradas, usando as facilidades latentes para ganhos na melhor adaptação ao dia a dia.
Patrícia

Eis uma reflexão interessante, outros profissionais que trabalham com deficientes auditivos provavelmente terão observado fatos semelhantes.
Que tal somar suas ideias ao texto da Patty?

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