sábado, 20 de dezembro de 2008

Deficiente auditivo ou surdo?


Porque preferimos usar a denominação SURDOS neste blog?

Há alguma controvérsia no assunto, alguns consideram SURDO quem nasceu surdo e usa preferencialmente a língua de sinais, preferindo chamar os demais de DEFICIENTES AUDITIVOS.
Depois de algumas discussões em nossa equipe, lendo textos legais, científicos e também o uso comum das palavras surdo e surdez optamos por essa denominação para sermos mais abrangentes.
Como nosso interesse é centrado no uso da Língua Portuguesa para nossa integração social e cultural e queremos acolher todos os surdos ou deficientes auditivos que nela se expressam chegamos ao SULP - Surdos Usuários da Língua Portuguesa.

Não importa seu grau de perda auditiva, se usa aparelhos, implantes, se nasceu surdo ou perdeu a audição mais tarde. Se você se comunica usando a Língua Portuguesa você é do nosso time: Sulp!


Deficiência auditiva

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Deficiência auditiva ou surdez é a incapacidade parcial ou total de audição. Pode ser de nascença ou causada posteriormente por doenças.
No passado, costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum tipo de déficit de inteligência. Entretanto, com a inclusão dos surdos no processo educativo, compreendeu-se que eles, em sua maioria, não tinham a possibilidade de desenvolver a inteligência em virtude dos poucos estímulos que recebiam e que isto era devido à dificuldade de comunicação entre surdos e ouvintes. Porém, o desenvolvimento das diversas línguas de sinais e o trabalho de ensino das línguas orais permitiram aos surdos os meios de desenvolvimento de sua inteligência.
Atualmente, a educação inclusiva é uma realidade em muitos países. Fato ressaltado na Declaração de Salamanca que culminou com uma nova tendência educacional e social.

Perda Auditiva e Hipoacúsia
Os conceitos gerais sobre surdez, classificações, técnicas e métodos de avaliação da perda auditiva, características dos diversos tipos de surdez, etc., são fundamentais para compreender as implicações da deficiência auditiva.
O deficiente auditivo é classificado como surdo, quando sua audição não é funcional na vida comum e hipoacústico aquele cuja audição, ainda que deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva. A deficiência auditiva pode ser de origem congênita, causada por viroses materna doenças tóxicas desenvolvidas durante a gravidez ou adquirida, causada por ingestão de remédios que lesam o nervo auditivo, exposição a sons impactantes, viroses, predisposição genética, meningite, etc.
As hipoacústicas classificam-se em função do grau da perda auditiva, sua ordem e localização. Quando a lesão se localiza no ouvido externo ou no médio é denominada como deficiência de transmissão ou deficiência mista dependendo da intensidade da lesão. Quando se origina no ouvido e no nervo auditivo é dita deficiência interna ou sensorioneural (estágio mais agudo da deficiência).
Mas o conceito de perda auditiva nem sempre é suficiente claro para a pessoa que se depara pela primeira vez com o problema da surdez.O grau de perda auditiva é calculado em função da intensidade necessária para amplificar um som de modo a que seja percebido pela pessoa surda. Esta amplificação mede-se habitualmente em decibéis, como já descrito anteriormente.
Para o caso do ouvido humano, a intensidade padrão ou de referência correspondem à mínima potência de som que pode ser distinguida do silêncio, sendo essa intensidade tomada como O dB. Uma pessoa com audição normal pode captar como limiar inferior, desde -10 dB até + 10 dB. Verifica-se essa progressão se dá de forma exponencial ou seja multiplicando-a por dez. Logo, pressupõem-se que 10 dB tenha uma intensidade dez vezes superior a 0 dB e 30 dB são de uma intensidade vinte vezes superior a 10 dB.
Dessa forma entende-se melhor a grande diferença entre uma pessoa com uma perda de 60 dB, que consideramos hipoacústico, e outro com 100 dB de perda. Tendo em vista que 60 dB é mais ou menos a intensidade de um grito a 1,5 m de distância. Portanto, compreendemos que a diferença entre uma perda de 60 dB e 100 dB.Á última sendo considerada bem mais difícil, para o prognóstico de reabilitação.
Contudo a medida da perda auditiva não é suficiente para medir o real problema de audição que uma pessoa apresenta. Faz-se necessário mensurar também qual o espectro de freqüência que está afetado pela surdez. Considera-se que as perdas auditivas nas freqüências baixas são mais prejudiciais do que as perdas nas freqüências altas. "Para compreendermos a causa disto teremos de analisar a relação entre a freqüência de um som e o tom com que este som se percebe". (CRYSTAL, 1983).
A freqüência de um som é medida em ciclos por segundo ou Hertz (Hz). O ouvido humano percebe sons nas freqüências entre 20Hz e 20.000Hz.
Entretanto a resposta perceptiva ao estímulo sonoro é denominada tom. Porém não há uma relação entre a escala de tons e a escala de freqüências. Mas, podemos tomar como parâmetros a escala de tons. Onde se compara o tom de uma nota musical a exemplo a nota “lá” que poderá apresentar um grau de entonação inferior ou superior dentro da mesma nota “lá”.
Essa variação denomina-se uma oitava. “Ora bem, percebe-se como uma oitava superior a um tom dado, o som, em termos físicos, dobra a freqüência do primeiro. Desta forma, embora entre 2000 Hz e 4000 Hz haja uma distância física de freqüência menos do que entre 100Hz e 2000Hz, porém à distância perceptiva de tons é muito maior”. (FRY et. al., 1982).
Comparando esses valores percebemos que entre 2000Hz e 100 Hz há mais de quatro oitavas, porque de 2000Hz para 1000Hz há uma oitava, ou seja, a metade da sua freqüência. Por tanto de 2000Hz para 1000Hz há uma oitava, de 1000Hz para 500Hz também há uma oitava, de 500Hz a 250Hz há outra e de 250Hz a 125Hz há outra. Entendemos agora por que as perdas auditivas nas freqüências baixas são de muito pior prognóstico do que as perdas nas altas freqüências.
Para um diagnóstico correto de uma surdez é preciso fazer uma exploração audiométrica do grau de perda por relação com um espectro de freqüência que vá pelo menos de 125 Hz a 4000 Hz, já que são estas as freqüências mais utilizadas na fala humana.(CASANOVA, 1988).
Outro problema que deve ser levado em consideração e a relação entre o limiar auditivo e o limiar doloroso, de forma, a saber, qual o tipo de resíduo auditivo que poderá ser aproveitado para a reabilitação indivíduo surdo. O limiar auditivo corresponde ao nível de intensidade necessário para que a pessoa surda perceba o som e este limiar pode ser diferente em cada freqüência. O limiar doloroso é o ponto em que a intensidade sonora produz dor à pessoa. A distância que vai do limiar auditivo ao limiar de dor é o que se chama de resíduo auditivo utilizável.
O professor pode suspeitar de casos de deficiência auditiva entre seus alunos quando observar os seguintes sintomas: Excessiva distração; freqüentes dores de ouvido ou ouvido purgante; dificuldade de compreensão; intensidade da voz, inadequada para a situação, muito alta ou baixa ou quando a pronúncia dos sons é incorreta.




3 comentários:

Anônimo disse...

Olá....
sou goiana e moro no Pará.
Sou professora de Língua Portuguesa e tenho alunas surdas.
A grande dificuldade é fazer provas avaliativas de acordo com as normas da escola: "Se há inclusão, as avaliações devem ser as mesmas". Entretanto eu burlo as regras e crio provas adequadas ás minhas alunas. Por exemplo o estudo das figuras de som: cacofonia, onomatopeia; adjuntos adnominais. Será que só eu sinto essa dificuldade? Estou agindo certo?

soramires disse...

Pelo que sei a lei de libras não elimina a necessidade do português escrito corretamente.
Será que burlando as regras você não estará prejudicando os estudos futuros dessas alunas? E a vida profissional. Afinal a língua portuguesa é exigida para todos os alunos, inclusive os surdos.

SARAH RAQUEL disse...

Respondendo a pergunta da Rosa.
Sou surda oralizada, perda profunda com 95 decibeis em ambos ouvidos.
Tive o mesmo ensino em relação aos outros alunos ( ouvintes), fui incluida na escolas independentes da lei e projetos, nem existia e bla bla. A questão é ensinar os surdos a terem noção do abstrato, pois surdos aprendem tudo que é concreto, e para aprender as noções do abstrato, em suma, depende de quem o educa, professores, familiares. Tambem sou professora de biologia, no momento sem atividade.ESpero ter respondido a sua pergunta. Enfim, aqueles que sempre vivenciou LIBRAS, limita o aprendizado do abstrato, conheço LIBRAS e o mundo dele, aprendi LIBRAS perfeitamente aos 19 anos, depois de aprender bem o português, o desafio é que os ouvintes pensam que aqueles q comunicam LIBRAS tem o mesmo raciocionio lógico em concordancia e sequencia no português, não é por aí. Por isto, a maior dificuldade tendem ser a lingua portuguesa. Qualquer dúvida comunique por este email e identifique-se. sarahraquelarvellos@gmail.com

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